ATA DA VIGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 14-4-2004.

 


Aos quatorze dias do mês de abril de dois mil e quatro, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Elias Vidal, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, Helena Bonumá, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Margarete Moraes, Maria Celeste, Nereu D'Avila, Reginaldo Pujol e Sofia Cavedon. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elói Guimarães, João Bosco Vaz, Luiz Braz, Maristela Maffei, Pedro Américo Leal, Renato Guimarães, Sebastião Melo, Valdir Caetano e Wilton Araújo. Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da Sétima Sessão Solene e da Primeira Sessão Especial, que deixaram de ser votadas, face à inexistência de quórum deliberativo. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Beto Moesch, os Pedidos de Providências nos 731 e 732/04 (Processos nos 1939 e 1940/04, respectivamente); pelo Vereador Carlos Alberto Garcia, os Pedidos de Providências nos 769, 770, 771, 772, 773, 774, 775, 776, 777 e 778/04 (Processos nos 2052, 2053, 2054, 2055, 2056, 2057, 2058, 2059, 2060 e 2061/04, respectivamente); pelo Vereador Haroldo de Souza, os Pedidos de Providências nos 737, 738, 739, 740, 741, 742, 743, 744, 745, 746, 747, 748, 749, 750, 751, 752, 753, 754, 755, 756, 757 e 758/04 (Processos nos 2012, 2013, 2014, 2015, 2016, 2017, 2018, 2019, 2020, 2021, 2022, 2023, 2024, 2025, 2026, 2027, 2028, 2029, 2030, 2031, 2032 e 2033/04, respectivamente); pelo Vereador Isaac Ainhorn, o Pedido de Providências nº 706/04 (Processo nº 1896/04); pelo Vereador João Antonio Dib, os Pedidos de Providências nos 734, 736 e 781/04 (Processos nos 1970, 2001 e 2078/04, respectivamente); pelo Vereador João Carlos Nedel, os Pedidos de Providências nos 759, 760, 761, 762, 763, 764, 765, 766, 767 e 768/04 (Processos nos 2034, 2035, 2036, 2037, 2038, 2039, 2040, 2041, 2042 e 2043/04, respectivamente); pelo Vereador Reginaldo Pujol, o Pedido de Providências nº 779/04 (Processo nº 2064/04). Também, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador João Bosco Vaz, deferido pela Senhora Presidenta, solicitando o desarquivamento do Projeto de Lei do Legislativo nº 466/03 (Processo nº 6522/03). Ainda, foi apregoado o Ofício nº 722/04, do Vereador Marquinhos, Presidente da Câmara Municipal de Diadema – SP, encaminhando o Requerimento nº 518/04. Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 143, 144 e 145/04, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 089/04, do Senhor Paulo Roberto Teixeira Guerra, Gerente da GTES/GEFIN/GF do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 001/04, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Reginaldo Pujol e Sebastião Melo, os Projetos de Resolução nos 058 e 059/04, este discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Carlos Alberto Garcia e pela Vereadora Maria Celeste; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 005/04, discutido pelo Vereador Sebastião Melo, os Projetos de Lei do Legislativo nos 065, 066, 070, 048/04, este discutido pelo Vereador João Antonio Dib, e 067/04, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Carlos Alberto Garcia; em 3ª Sessão, o Projeto de Resolução nº 035/02 e os Projetos de Lei do Legislativo nos 335/03 e 069/04. Na ocasião, foram apregoados os Memorandos nos 081, 084 e 085/04, firmados pela Vereadora Margarete Moraes, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, através dos quais Sua Excelência informa as Representações Externas deste Legislativo, respectivamente: do Vereador Ervino Besson, hoje, às quinze horas, na cerimônia de assinatura das renovações dos convênios do Programa Associação Atlética Banco do Brasil - AABB, realizada no Parque Marinha do Brasil; da Vereadora Helena Bonumá, na inauguração do Loteamento Nossa Senhora da Esperança, hoje, às quinze horas, no Bairro Glória, e do Vereador Isaac Ainhorn, na Sessão Solene de Posse do Conselho da Escola Superior de Advocacia, hoje, às dezessete horas e trinta minutos, na Sede da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio Grande do Sul. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Sebastião Melo defendeu a aceleração no desenvolvimento dos trabalhos da Comissão Especial constituída nesta Casa com o objetivo de efetuar a revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre - PDDUA. Também, mencionou estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE – sobre indicadores sociais do Brasil, classificando como dramática a distribuição de renda no País. O Vereador Cassiá Carpes manifestou-se contrariamente à elevação na alíquota de contribuição da Previdência Municipal, constante no Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/03, argumentando que esse Projeto deve ser votado somente após o Congresso Nacional definir o assunto. Ainda, defendeu o recolhimento, por parte da Fundação de Assistência Social e Cidadania – FASC, de moradores sem teto ocupantes da Praça Daltro Filho, no Centro da Cidade. O Vereador Cláudio Sebenelo contrapôs-se à aprovação do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/03, que fixa em onze por cento as alíquotas da Previdência Municipal. Também comentou matéria publicada hoje no jornal Zero Hora, a qual analisa, através de fotografias, o acúmulo de lixo às margens do Lago Guaíba e a situação de família abrigada sob viaduto localizado no Bairro Navegantes, nas proximidades da Travessia Régis Bittencourt. O Vereador Gerson Almeida discursou sobre a importância do Sistema Integrado de Resíduos Sólidos e mencionou o crescimento, em Porto Alegre, da coleta seletiva de lixo, afirmando que em outros Municípios esse tipo de recolhimento está estagnado ou não existe. Além disso, declarou que parte do lixo depositado às margens do Lago Guaíba é proveniente de outras cidades e classificou a estiagem pela qual passa o Estado como a pior das últimas décadas. Na ocasião, a Senhora Presidenta registrou a presença de alunos e da Professora Andréa Teixeira, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Vila Neópolis, do Município de Gravataí, presentes a este Legislativo para participarem do Projeto de Educação Política desenvolvido pelo Memorial desta Casa junto a escolas e entidades de Porto Alegre e Região Metropolitana. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib criticou o Executivo Municipal pelo atraso nas obras de pavimentação externa do acesso a este Legislativo, as quais foram iniciadas no ano de dois mil e três e concluídas apenas na corrente semana. Também, divergiu em relação à deposição de resíduos sólidos às margens do Lago Guaíba, chamando a atenção para a necessidade de realização de limpeza no local, a fim de que a população não sofra riscos à sua saúde. O Vereador Wilton Araújo criticou a Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio – SMIC, pela retirada, sem aviso, na madrugada de primeiro de abril do corrente, de duas bancas de venda de jornais e revistas que funcionavam na Rua dos Andradas. Nesse sentido, comentou nota publicada pelo Presidente do Sindicato dos Vendedores de Jornais e Revistas do Estado do Rio Grande do Sul, o qual contestou a atitude do Executivo Municipal. O Vereador Carlos Alberto Garcia relatou reunião realizada, nesta manhã, no Colégio São Francisco, com representantes da Empresa Pública de Transporte e Circulação – EPTC – e direção daquela escola, a fim de definir ações para prevenir acidentes de trânsito. Também, comentou instalação de redutores de velocidade, pela EPTC, em frente ao Colégio São Francisco e na Avenida Baltazar de Oliveira Garcia, na divisa do Município de Alvorada com Porto Alegre. O Vereador Reginaldo Pujol divergiu da matéria constante no Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/03, que fixa alíquotas de contribuição previdenciária para os servidores públicos do Município de Porto Alegre, sustentando ter se posicionado contrariamente à implantação do Departamento Municipal de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Porto Alegre – PREVIMPA – e afirmando que a Constituição Federal prevê a cobrança de onze por cento nessas contribuições. Às quinze horas e quarenta e sete minutos, constatada a inexistência de quórum para ingresso na Ordem do Dia, a Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pela Vereadora Margarete Moraes e secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos Nedel, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pela Senhora Presidenta.

 

 


A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1.ª SESSÃO

 

PROC. 0856/04 - SUBSTITUTIVO N.º 01, de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, que dá nova redação ao “caput” do art. 51 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, ao PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA N.º 001/04, de autoria do Ver. Nereu D’Avila. Com Emenda n.º 01.

 

PROC. N.º 1456/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 058/04, de autoria da Verª Clênia Maranhão, que concede o título honorífico de Líder Comunitária à Senhora Elvira Centena da Silva.

 

PROC. N.º 1607/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 059/04, de autoria dos Vereadores Carlos Alberto Garcia e Dr. Goulart, que institui a Semana da Mulher e o Prêmio Mulher em Ação, na Câmara Municipal de Porto Alegre.

 

2.ª SESSÃO

 

PROC. N.º 1212/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 048/04, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que dispõe sobre a obrigatoriedade da instalação e manutenção de aparelho desfibrilador cardíaco externo semi-automático em locais públicos e privados com concentração de pessoas, no âmbito do município de Porto Alegre, do treinamento para ressuscitação cardiopulmonar e dá outras providências.

 

PROC. N.º 1488/04 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 005/04, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que dispõe sobre a atividade varejista de produtos perigosos e dá outras providências.

 

PROC. N.º 1495/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 065/04, de autoria da Verª Maristela Maffei, que denomina Rua Sol Nascente um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Lomba do Pinheiro.

 

PROC. N.º 1530/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 066/04, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que denomina Rua Guilherme Germano Mros um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Sarandi.

 

PROC. N.º 1543/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 067/04, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que dispõe sobre o estacionamento temporário e rotativo em frente às clínicas de fisioterapia no Município de Porto Alegre e dá outras providências.

 

PROC. N.º 1664/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 070/04, de autoria do Ver. Ervino Besson, que dispõe sobre a implementação das Terapias Naturais no Município de Porto Alegre e dá outras providências.

 

3.ª SESSÃO

 

PROC. N.º 0307/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 035/02, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que concede o Prêmio Mérito Sindical ao Sindicato Médico do Estado do Rio Grande do Sul (SIMERS).

 

PROC. N.º 4399/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 335/03, de autoria do Ver. Carlos Pestana, que autoriza a criação do Centro de Referência do Grafismo (REGRAF) e da Gibiteca João Batista Mottini e dispõe sobre sua administração.

 

PROC. N.º 1584/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 069/04, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que denomina Praça Moranense um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Santa Cecília.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Há 12 Projetos em discussão de Pauta.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, minhas senhoras e meus senhores, primeiro dia de Pauta: Substitutivo ao Projeto do Ver. Nereu D'Avila apresentado agora pelo Ver. Cláudio Sebenelo que modifica o recesso na Casa do Povo de Porto Alegre, reduzindo-o para 60 dias. Devo dizer a V. Exª que voto favoravelmente a qualquer Projeto que diminua o recesso na Casa, mas também devo alertá-los de que, há cerca de três anos, apresentei aqui um Projeto e, para tanto, eram necessárias no mínimo 11 assinaturas, eu tive mais do que as 11 assinaturas e, na hora de votar, eu não tive mais do que quatro votos. Não sei se é perda de tempo, mas, de qualquer forma, aí está o Projeto.

Os Vereadores Carlos Alberto Garcia e Dr. Goulart instituem a Semana da Mulher e o Prêmio da Mulher em Ação na Câmara Municipal de Porto Alegre. Acho que é uma expectativa para ver quem vai apresentar o Prêmio nº 100 - já deve estar lá pelos 90. Parece que esta Casa tem poucos Prêmios... Tem Prêmios em excesso. Um dia nós vamos apresentar o de nº 100, será um Projeto de Lei ou de Resolução apoiando o trabalho produtivo.

O Ver. Aldacir Oliboni dispõe “sobre a obrigatoriedade da instalação e manutenção de aparelho desfibrilador cardíaco externo semi-automático em locais públicos e privados com concentração de pessoas, no âmbito do Município de Porto Alegre, do treinamento para ressuscitação cardiopulmonar e dá outras providências.” Aparentemente uma coisa fácil, muito boa. Mas eu também vou fazer um projeto de lei e não vou mais deixar ninguém passar fome nas ruas da Cidade! Lei resolve tudo! Eu quero ver quem é que faz isto aqui! É muito simpático, é muito bonito, mas eu quero ver quem é que faz! Qualquer aglomeração de pessoas... e aqui nós já deveríamos ter um desfibrilador e um especialista para utilizá-lo. Cada supermercado, cada loja, cada shopping! Não é por lei que se resolve isso! Eu tenho de pedir as minhas desculpas ao Ver. Aldacir Oliboni, mas... Aliás, sobre o Processo anterior, eu devo chamar a atenção da Mesa de que quem pode criar despesas na Casa é a Mesa e não os Vereadores.

O Ver. Carlos Alberto Garcia quer dispor “sobre o estacionamento temporário e rotativo em frente às clínicas de fisioterapia no Município de Porto Alegre e dá outras providências”. Cumprimento V. Exª, porque há que se preocupar com aqueles que fazem fisioterapia. Eu sei muito bem das dificuldades, especialmente daquelas pessoas que tiveram derrame, por exemplo, e têm dificuldade de acesso. Mas eu não sei se era preciso uma lei; eu não sei se uma conversa com o Dr. Túlio Zamin já não resolveria este problema aqui, porque é uma questão de sensibilidade, é uma questão de sentir as dificuldades do povo. Não é preciso fazer lei para isso, perdoe-me!

Assim nós temos outras leis aqui na Pauta, o que faz com que não tenhamos tempo para estudar, examinar em profundidade aquelas leis que são aguardadas para uma melhor qualidade de vida, para a realização do bem comum, que deve ser a meta de todos os políticos. Nós estamos preocupados em fazer pequenas leis. Vamos desfibrilar toda a população, agora, com o Projeto que aí está! Mas será que é possível, será que é viável? Eu até acho que não sei. Que a idéia é boa, é boa, mas eu também acho que tem de se fazer um projeto de lei para dar moradia mais digna, como aquela que hoje está mostrada lá no Navegantes, embaixo do viaduto, para os outros moradores debaixo das pontes de Porto Alegre. E, para que o Ver. Haroldo de Souza fique contente, eu vou fazer uma lei dizendo que não vai haver mais criança abandonada nas ruas da Cidade. Saúde e PAZ!

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, hoje estão tramitando dois Projetos de Lei de nossa autoria. O primeiro é em conjunto com o Ver. Dr. Goulart, que institui a Semana da Mulher e o Prêmio Mulher em Ação da Câmara Municipal de Porto Alegre. O Ver. João Antonio Dib fez um comentário a respeito do Projeto, mas talvez o Ver. João Antonio Dib não tenha lido o Projeto, porque não serão os Vereadores que concederão esse Prêmio, a exemplo de outros tantos Prêmios aqui da Casa. Quem vai conceder esse Prêmio é o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, em cinco áreas: a mulher na Educação, a mulher na Saúde, a mulher nos Direitos Humanos, a mulher na política e a mulher na comunidade. Então, nós tivemos esse cuidado, para não ficar mais um daqueles Prêmios que cada Vereador pode outorgar, nós passamos uma procuração para que o Conselho Municipal possa ouvir todas as entidades, e esse Conselho, por meio dos seus diversos membros, é que vai indicar cada um desses segmentos à Mesa Diretora da Casa. Então, por isso é que eu gostaria de chamar a atenção, pois ele é um Prêmio diferenciado. Não são os Vereadores...

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Carlos Alberto Garcia, eu sou um atento observador dos acontecimentos. V. Exª diz que a indicação será do Conselho, e aqui está escrito. No entanto, não diz que o Conselho dará os Prêmios; quem dará os Prêmios, se a Câmara institui o Prêmio, é a própria Câmara. E aí, nesse caso, V. Exª, que já foi Vice-Presidente, já ocupou uma série de cargos na Mesa, sabe muito bem que só a Mesa pode fazê-lo.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Não, mas é o que diz aqui: “A indicação das mulheres a serem agraciadas será feita à Mesa Diretora da Câmara Municipal de Porto Alegre pelo Conselho Municipal do Direito da Mulher”. É o que diz, está bem clara essa questão aqui no Projeto.

Outro caso que o Ver. Dib citou, e eu, Ver. Dib, concordo, penso que no momento em que o Prefeito chegar e disser: “Olhem, eu coloco uma placa na frente de cada clínica de fisioterapia”, eu retiro o Projeto imediatamente. Porque na realidade o que nós queremos garantir é que, em frente a essas clínicas, as pessoas que vão fazer fisioterapia - e muitas vezes as pessoas ou têm de andar de cadeira de rodas ou com muleta para fazer o seu tratamento... E nós já falamos na semana passada... E tão logo foi publicado na imprensa que o Projeto estava tramitando, já apareceram duas pessoas nos trazendo multas, dizendo que tinham sido multadas na frente da clínica, porque a pessoa estaciona o carro, pega o paciente, leva-o até a clínica e, quando retorna, foi multado. Esse Projeto tem uma similaridade com um outro, que é uma Lei aqui na Câmara Municipal de Porto Alegre, que é relativo às farmácias. E eu pergunto: em frente de cada farmácia dá para estacionar durante 15 minutos, e na farmácia não vai o paciente, sendo que nas clínicas de fisioterapia não há alternativa, é o paciente que tem de ir à clínica de fisioterapia. Por isso, nós entendemos que esse Projeto tem uma alta relevância social. E eu concordo que se o Prefeito chegar e disser: “Retira o Projeto, nós vamos fazer um decreto ou vamos estabelecer que todas as clínicas terão esse ponto de referência”, com o maior prazer eu o retiro, porque, na realidade, não é questão da lei ou não, o que nós queremos é operacionalidade para que as pessoas (Palmas.) possam fazer esse trabalho com cautela, prudência, e que nós tenhamos, isso sim, aquilo que foi dito também, ou seja, a questão da busca de uma qualidade de vida melhor para a população da nossa Cidade.

Então, eu vou pedir aos Vereadores - hoje a matéria está na 2ª Sessão de Pauta - que fiquem atentos, porque nós pretendemos votar esse Projeto o quanto antes para beneficiar hoje milhares de pessoas que fazem diariamente os seus tratamentos em clínicas fisioterápicas na nossa Cidade. Com freqüência, essas pessoas estão sendo vítimas de multa, não conseguem fazer o seu atendimento com a devida adequação, até porque, muitas vezes, é preciso o motorista e mais uma outra pessoa para ajudar o paciente a descer do veículo e o transportar. Então, no momento em que houver essa parada, esse estacionamento rotativo de 15 minutos, isso vai permitir que o próprio motorista estacione o carro, pegue o paciente, ou com cadeira de rodas ou de muletas ou, muitas vezes, também com fraturas, desloque o paciente até a Clínica, retorne, e aí, sim, ele vai procurar um outro tipo de estacionamento. Então, nós entendemos que este Projeto é um Projeto simples, volto a dizer, mas de uma alta relevância social. Muito obrigado, Srª Presidenta.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Eu quero informar que o Ver. Ervino Besson estará representando a Câmara de Vereadores de Porto Alegre na Cerimônia de assinatura das renovações dos convênios do Programa AABB, hoje, dia 14 de abril, a partir das 15 horas, no Parque Marinha do Brasil.

Informamos que a Verª Helena Bonumá estará representando a Câmara de Vereadores de Porto Alegre na inauguração do Loteamento Nossa Senhora da Esperança, hoje, dia 14 de abril, a partir das 15 horas, no Bairro Glória.

Informamos que o Ver. Isaac Ainhorn estará representando a Câmara de Vereadores de Porto Alegre na Sessão Solene de Posse do Conselho da ESA, hoje, dia 14 de abril, a partir das 17h30min, na OAB do Rio Grande do Sul.

A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Srª Presidenta, companheira Verª Margarete Moraes; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, há dois Projetos que eu gostaria de discutir, em Pauta, no dia de hoje. O primeiro deles é de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia e do Ver. Dr. Goulart, que institui a Semana da Mulher e o Prêmio Mulher em Ação na Câmara Municipal de Porto Alegre.

Sobre essa discussão que o Ver. Carlos Alberto Garcia traz e retoma agora, eu quero apontar o histórico. No início de 2001, o Ver. Dr. Goulart trouxe para esta Casa a importância de criar-se uma semana dedicada à mulher. Nós, as Vereadoras que compõem a Bancada feminina da Câmara - as Vereadoras do Partido dos Trabalhadores e a Verª Clênia Maranhão -, já discutimos a necessidade e a importância de que não houvesse apenas, nesta Casa, uma semana dedicada à mulher e apenas uma Sessão Solene, como ocorria naquela época. A partir de então, fomos trabalhando em conjunto com os Vereadores, e, em cima do Projeto, inicialmente, do Ver. Dr. Goulart, foi-se verificando as possibilidades de um outro tipo de homenagem e reflexão para além de atividades na Semana da Mulher. Também, com a sensibilidade do Ver. Carlos Alberto Garcia, deu-se conta neste Processo da necessidade de que se ouvisse o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, que é um órgão que trabalha, delibera, implementa as políticas na área da mulher na Cidade de Porto Alegre, houve a necessidade de se fazer a escuta e a consulta a respeito desse importante Projeto.

Por isso este Projeto está vindo em Pauta no dia de hoje, nessa nova formatação, levando em consideração os aspectos que ele aborda. E acho que não é apenas mais uma homenagem ou um Prêmio nesta Câmara de Vereadores, para além disso, significa que este Projeto, este Prêmio, traz no seu bojo toda uma luta, principalmente das mulheres e de parceiros - homens parceiros como os Vereadores Garcia e Dr. Goulart -, na defesa dos direitos das mulheres não apenas na Cidade de Porto Alegre, mas também em nosso País.

Essa reflexão é importante, porque nós temos dados que nos preocupam: a cada 15 segundos, no nosso País, uma mulher é violentada, é espancada, é agredida, é maltratada. E desse tipo de violência, de agressão, 70% ocorrem dentro da sua casa. Em geral, essa mulher é agredida por alguém das suas relações familiares próximas, ou um companheiro, ou um marido, alguém próximo, normalmente alguém do sexo masculino. Então, é importante e necessário que todos nós estejamos atentos para esses dados que gritam, saltam aos nossos olhos nas matérias, nas notícias de jornais. Esse é mais um Prêmio que se cria na Câmara, eu diria que é mais um mecanismo de defesa e de proteção às mulheres agredidas em nossa sociedade.

Nós, como legisladores, temos o papel de estarmos atentos a essas questões expostas, de estar procurando criar não mais um Prêmio, mas - eu quero reafirmar - um mecanismo que possa trazer a reflexão, a promoção, a defesa das nossas mulheres. A única maneira que nós temos de romper com essa questão da violência é poder ter debates e propostas como esta, para que se possa, efetivamente, na prática, não silenciar, mas denunciar. Poder estar exaltando a não violência contra a mulher é de uma relevância importante para todos nós na Cidade.

Por isso eu quero louvar a iniciativa dos Vereadores na elaboração de um Projeto de Lei que leva em consideração o Conselho Municipal da Mulher, que ouve aquele que realmente tem de deliberar e articular a política no Município de Porto Alegre.

 

O Sr. Gerson Almeida: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Maria Celeste, acho esse assunto que V. Exª trata da maior relevância. Ele foi objeto, na Legislatura passada, de um Projeto de Lei que eu tive a oportunidade de encaminhar, com o apoio de várias organizações de defesa dos direitos humanos das mulheres pela constituição de uma rede municipal contra a violência doméstica, que de fato é uma coisa escondida, sobre a qual não se tem nem dados muitos seguros, mas todos os indícios são de que ela é muito grande, muito maior, inclusive, do que se imagina, e ocorre em todas as classes sociais. Então, é muito importante esse pronunciamento, porque é preciso que se faça, de fato, uma proteção à mulher em relação a essa violência doméstica que é, das violências todas, a mais escondida e, talvez, a mais intensa.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Com certeza, Ver. Gerson Almeida. Só para ter uma idéia, das seiscentas ocorrências, em média, na Delegacia da Mulher em Porto Alegre, a sua grande maioria é de violência doméstica. Então, os dados estão nos mostrando o quanto é importante que essa discussão venha à tona, que se possa não silenciar, principalmente na questão da denúncia, que se possa, efetivamente, estar fazendo reflexões, debates e propostas como esta discussão, não apenas aqui no Parlamento, mas na sociedade em geral. Muito obrigada, Srª Presidenta.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, nós estamos no período de Pauta, limitados pelo Regimento, a tratar exclusivamente dos assuntos da Pauta. Entre os inúmeros Projetos que tramitam na Pauta, dois deles merecem a minha atenção, sendo que um já foi objeto de comentários na Sessão anterior - o Projeto de autoria do Ver. Elói Guimarães. Agora surge, no primeiro dia de Pauta, e encaminho-me para debatê-lo preliminarmente, o Projeto de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que recebe um Substitutivo de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, ambos tratando do mesmo assunto, tratam especificamente da redação do caput do art. 51 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, que trata do recesso parlamentar. Certamente, este não é um assunto novo nesta Casa. Há muito tempo que o Regimento da Casa e a Lei Orgânica do Município consagram o período de recesso parlamentar, compreendido entre 1º de julho a 31 de julho e de 15 de dezembro a 15 de fevereiro. Muito se tem discutido esse assunto.

O Ver. Nereu, por exemplo, no seu Projeto, mantém o recesso parlamentar no mês de julho, no inverno, e durante o verão faz com que fique resumido, exclusivamente, ao período de 31 de dezembro a 31 de janeiro. Ambos reduzem em 30 dias: um, simplesmente, retirando o recesso do mês de julho e o outro retirando o recesso do mês de fevereiro. Eu quero, com toda a sinceridade, declarar que, em ambas as ocasiões, tanto no recesso de julho, como no recesso de verão, temos sido presença constante aqui na Casa. Não seria muito relevante para nós, pessoalmente, esse particular. Mas vemos nos dois Projetos proposições que nos parecem que contrariam por inteiro as regras de convivência que têm caracterizado a vida da Cidade de Porto Alegre. O primeiro deles é que eu não imagino esta Casa reunida no período compreendido entre o Natal e o Ano-Novo, período em que, tradicionalmente, quase todas as atividades deste País ficam suspensas até a plena existência de um clima favorável à realização dessas atividades. Também não acredito que seja possível se imaginar um período que não seja de excepcionalidade no mês de fevereiro.

Então, o que eu gostaria de dizer, neste primeiro comentário que faço sobre o Substitutivo apresentado pelo Ver. Cláudio Sebenelo - comentário que faço da forma mais respeitosa possível -, é que esse assunto, que é polêmico, que dá manchete no jornal, que tem desgastado muito a discussão neste Parlamento, precisa ser tratado de uma forma mais coletiva; cada um de nós, certamente, terá alguma iniciativa nesse particular. Nós estamos num caminho no qual daqui a pouco alguém poderá vir com um Projeto, Ver. Sebenelo, simplesmente terminando com o recesso. Simplesmente terminando com o recesso!

Então, eu quero repetir o que tenho dito várias vezes: pouco importa a quantidade de dias trabalhados, o que importa é a qualidade dos dias em que se trabalha. Pouco importa se esta Casa já foi convocada, e, aqui, quando nós somos convocados em regime extraordinário, não oneramos os cofres municipais; e nós já fomos convocados para decidir matérias importantes até mesmo no período ao qual eu me referi, de grande excepcionalidade, que é o período que medeia o Natal e o Ano-Novo. E as decisões que surgiram naquela oportunidade são de qualidade bastante questionável.

Então, o que eu penso que tem de ser preocupação desta Casa - e é nossa preocupação - é a qualidade daquilo que aqui se decide, até porque as nossas decisões podem gerar até incompreensões, podem até gerar situações adversas para cada um de nós. E nós devemos satisfação para a opinião pública no seu todo, nos seus vários segmentos, mas devemos, sobretudo, um alto respeito às nossas atividades. Quanto mais se debate esse assunto, mais afloram algumas discussões absolutamente desqualificadoras da ação do Legislativo.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Por favor, Ver. Reginaldo Pujol, o seu tempo está esgotado.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Eu vou concluir.

Por isso, Vereadora-Presidente e ilustre Ver. Sebenelo, vou-me aprofundar neste tema. Espero que ele seja tratado, aqui, como de resto, como todos os assuntos, com racionalidade, para que saiam decisões qualificadas, não emotivas e que não tenham por objetivo se curvar ou cortejar manifestações de alguns segmentos da comunidade, expressos na mídia e nos meios de comunicação. Era isso, Srª Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada, Ver. Reginaldo Pujol.

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; colegas Vereadores e colegas Vereadoras, muito especialmente os servidores municipais que acompanham esta Sessão; Ver. Pujol, eu vou começar pelo Projeto que V. Exª também, aqui, comentou. Eu acho que este debate não pode, Ver. Dib, ser periférico do ponto de vista do recesso parlamentar. A primeira pergunta e a primeira interrogação é: o que é o exercício de um mandato? Na nossa avaliação, Presidenta, o exercício de um mandato é um conjunto de ações que não se resume apenas neste plenário e nas Comissões Temáticas. Até porque, Verª Maria Celeste, eu vejo que muitas vezes a atuação de um Parlamentar lá no bairro, no dia-a-dia, é mais eficaz do que aqui dentro. Então, Ver. Elói, eu quero dizer que acho este Projeto muito eleitoreiro; quero dizer, com letras garrafais. Por que, Ver. Sebenelo? Se nós quisermos resolver esse problema, eu quero convidar V. Exª, o Ver. Nereu D’Avila e todos os demais Vereadores - o Ver. Cassiá já falou nisso - para tratar disso na reforma do Regimento da Casa e da Lei Orgânica, onde, Ver. Pujol, este Projeto não vai ter uma autoria, vai ter a autoria dos 33 Vereadores. Eu não tenho nenhum problema, até porque, para nós, não faz diferença se tem plenário ou não tem plenário; não faz diferença, porque achamos que a nossa atividade vai além do plenário. Agora, eu vou fazer uma emenda a este Projeto se ele continuar, Ver. Pujol. Vou fazer uma Emenda a este Projeto no sentido de que, antes de apresentá-lo, as pessoas permaneçam mais um pouco neste plenário, porque acho que essa Emenda é extraordinária e vários Vereadores vão querer assiná-la junto comigo; antes de acabar com o recesso, vamos fazer com que permaneçam aqui no plenário para debater as matérias, que não apareçam somente na reta final, porque senão fica eleitoreiro.

 

O Sr. Guilherme Barbosa: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Sebastião Melo, obrigado pelo aparte. Em outra ocasião, quando estava no desempenho do meu mandato aqui nesta Casa, expressei-me dizendo que este é um Projeto que deveria vir da Mesa Diretora, por exemplo, exatamente para que ninguém em particular tirasse proveito. Terá o meu voto, com certeza. Muito obrigado.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Faço parte, Ver. Guilherme Barbosa, por delegação do Presidente João Dib, então Presidente desta Casa... É claro que é uma reforma da Lei Orgânica e não do Regimento, mas acho que tem de ser feita uma comissão do conjunto da representatividade, e esse Projeto tem de nascer nesse bojo, não há problema nenhum.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Sebastião Melo, essa permanência no plenário é importante; leva a minha assinatura o Projeto de Lei de V. Exª.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Portanto, quero dizer que temos de aprofundar essa discussão, porque senão fica parecendo que uns são contra, outros a favor. Não, aqui todo mundo que eu conheço exerce o mandato na sua plenitude e, quando não está neste plenário, pelo menos responde pelo mandato; nós estamos o dia inteiro com uma agenda que pode ser consultada no site do nosso gabinete, não há problema nenhum.

Ver. Elói Guimarães, li atentamente seu Projeto e acho que ele tem mérito, mas preocupou-me. Eu não sei se depreendi se é uma reserva de mercado; eu ainda não tenho uma opinião formada, porque a questão dos postos de combustíveis, pelo que eu depreendi, assim, numa leitura... Quero, num segundo momento, aproveitar para dialogar, porque acho que se por um lado há postos de gasolina instalados em lugar inadequado, o Projeto de V. Exª diz que os mantém e não instala outros; quer dizer, então, se tem problemas, mesmo os que já estão instalados, na minha avaliação, devem ser retirados, porque o interesse público deve estar acima do interesse privado. Mas eu acho que aproveitarei outro momento, outra Pauta para poder debater esta matéria. Muito obrigado, Srª Presidenta. Cumpro rigorosamente aquilo que estabelece o nosso Regimento.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, nós queremos aproveitar este espaço, Srª Presidenta, para colocar aqui um assunto que eu acho que tem preocupado esta Casa, que é a revisão do Plano Diretor. Nós, nesta Legislatura, criamos, no ano passado, ainda sob a direção do Ver. Dib, uma Comissão para revisar um dos instrumentos mais importantes da Cidade, que é o Plano Diretor. E esta matéria veio do ano passado; nós já estamos no mês de abril, e esta matéria não tem, na nossa avaliação, andado naquela toada razoável para esta Casa corresponder à expectativa lá de fora.

Eu quero dizer que como Relator temático desta matéria tenho refletido muito e vou aguardar, talvez, mais uma semana, mas, se esta matéria não for resolvida, eu vou assinar um Requerimento pedindo a dissolução da Comissão Especial para submeter a este Plenário e vou fundamentar porquê. Porque acho que não é razoável que se constitua uma Comissão e não se dêem a ela os instrumentos necessários. Há 30 Projetos nesta Casa para serem relatados. Eu mesmo sou Relator da Malha Viária, da Adaptação do Estatuto da Cidade com o Plano Diretor, se eu pegar só esses dois Projetos já daria um seminário; e, hoje, a Casa não tem condições de funcionar desta forma, sem os instrumentos. Então, eu queria dizer e socializar essa preocupação, porque acho que vai acabar ficando muito mal para a Casa, mas não está restando, eu acho que não só a este Vereador, mas a outros Vereadores, outro caminho. E, portanto, acho que nós temos de nos debruçar também sobre esse tema. Vou deixar para o momento oportuno para me manifestar sobre a questão da Lei Previdenciária, e teremos tempo para discutir isso.

Mas eu queria dizer, também, que hoje os jornais estampam um quadro dramático no País que é essa questão do IBGE envolvendo os indicadores sociais. Não poderia, mesmo que fosse num curto espaço de tempo, dizer que um País, que tem a riqueza natural e a produtividade que tem, tenha essa dramática distribuição de renda. Esta é uma dura realidade que precisa mudar! Não basta ter um País rico, terra produtiva, ter uma indústria vigorante, se a maioria da sua gente, de seu povo passa fome e vive na miséria. Essa distribuição de renda no País precisa mudar! Não é possível que os ricos cada vez mais concentrem a riqueza do País e que a classe média, que quase não existe mais hoje, esteja indo para a quase pobreza absoluta deste País. Vejo, Ver. Pedro Américo Leal - V. Exª que me dá atenção nesta fala -, que administrar é dar prioridades. Este País, ao longo da sua concepção, ao longo da sua história fez uma maléfica opção por uma elite que suga, que drena o dinheiro público a seu favor, que consegue e sabe o caminho para que o dinheiro público, que é o dinheiro do povo, não chegue na ponta do desenvolvimento e da inclusão social. Nós precisamos redefinir o tamanho do Poder Público. Não é possível que uma máquina pública exista só para si própria. O Poder Público é o instrumento pelo qual o cidadão que paga uma carga tributária enorme tem de ser correspondido. Hoje o brasileiro paga 40%, 45% de tudo o que ganha em impostos, nas mais diversas áreas; e o retorno, do ponto de vista do serviço, é horrível, começando por saúde, educação, segurança e outros indicadores.

Portanto, queria deixar este registro de que, mais uma vez, o IBGE coloca os indicadores, e os indicadores, tristemente, lamentavelmente, mostram que a renda neste País é concentrada e que é diminuída a qualidade de vida num País rico, como é o nosso, com um parque industrial e com uma riqueza, especialmente no campo, extraordinária. Muito obrigada, Srª Presidenta. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, funcionários públicos municipais que vêm a esta Casa lutar pelos seus legítimos direitos para que não sejam enganados como o Senador Paim está sendo enganado no Congresso Nacional pela Bancada da Situação. (Palmas.) Ontem, eu estava em casa ouvindo um discurso do Senador Paim, ele totalmente constrangido, na televisão, porque o seu Partido prometeu votar a Emenda Paralela e não vota. Prometeu votar da forma que o Senador Paim exige e que muitas Lideranças consolidaram lá um pacto para que fosse votado no Senado, e ele, constrangido, vergonhosamente constrangido pela falta de cumprimento de palavra do Governo Federal perante essa matéria.

Portanto, depois vamos discutir, mas a nossa Bancada está fechada, vai votar contra os 11%. (Palmas.) E até vamos mais além: achamos que não deve ser votado enquanto essa Emenda Paralela não for votada no Congresso Nacional, porque é promessa do Governo Federal. (Palmas.) Só não venham com aquele papo: "Não, essa Emenda Paralela não vai ser votada, vamos votar aqui". Não mesmo! A palavra do Governo Federal é de que vai votar! E nós temos de acreditar; porque, no momento em que nós não aceitarmos a palavra dos políticos... Não tem por que um Senador de prestígio, um Senador que teve uma das maiores votações do Rio Grande - e não é do meu Partido! -, é um Senador de palavra, o Senador Paim, estar lá constrangido, envergonhado com o que está fazendo o Governo Federal! Portanto, este é um assunto que nós devemos, aqui, começar a tratar hoje.

Outro aspecto que considero fundamental - eu, como Presidente da Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos - e que quero relatar é que nós, há uma semana, recebemos aqui uma denúncia com relação à Praça Daltro Filho, aqui em frente ao Cine Capitólio, de que as pessoas estavam invadindo a Praça, cinco ou dez pessoas, em detrimento da maioria da população - no Centro da Cidade. Estiveram na reunião da nossa Comissão: a FASC, a SMAM e a Secretaria de Direitos Humanos e Segurança Urbana - que está fazendo uma confusão sobre o que é segurança, o que são direitos humanos em Porto Alegre. Mas aí, a Polícia Civil... Está aqui a matéria, na pág. 30 do jornal Zero Hora (Lê.): “Polêmica - Operação começou ontem à noite em quatro pontos da Cidade. Policiais passam a recolher moradores de rua da Capital”. A Polícia foi obrigada a recolher das praças - porque a praça é do povo e não de cinco ou dez pessoas -, quando a Prefeitura não tem capacidade, por meio da FASC, de amparar esse pessoal. Há gente que está confundindo direitos humanos com o direito da população. Direitos humanos não são para tirar gente da cadeia, como muitos fazem! Direitos humanos não são para ir lá defender bandido! Direitos humanos são para proteger o cidadão! (Palmas.) Para defender que ele tenha direito à Saúde, para defender que ele tenha direito à Habitação! É isso que o Poder Público tem de fazer por meio de seus órgãos competentes, e que não faz!

O que nós vimos na nossa Comissão? Nós não temos poder para tirar, como é que nós vamos tirar cinco pessoas da Praça? Estão fazendo as necessidades na Praça. A SMAM arrancou os bancos da Praça Capitólio, mas não tira cinco ou dez pessoas da Praça em detrimento da maioria da população de Porto Alegre. Então, a Polícia Civil fez uma coisa que o Poder Público Municipal, a Prefeitura Municipal, por meio dos seus órgãos responsáveis, deveria fazer: traçar um perfil daquelas pessoas que estão na Praça para dar a elas condições de Saúde, de Habitação. A Polícia teve de ir lá! Agora, a Polícia é culpada? Não! Está fazendo aquilo que o Poder Público Municipal não consegue fazer, não tem competência para fazer! Portanto, parabéns à Polícia, que teve a coragem de tirar cinco ou dez pessoas e de favorecer 1 milhão e 400 mil pessoas - que é a totalidade da população de Porto Alegre! (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Srª Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, só numa frase para definir, em atenção à presença de vocês, que é uma honra muito grande para nós: eu vou votar contra os 11%! (Palmas.)

O mundo mudou. E a gente se apercebe que o mundo mudou por uma série de sintomas externos que esse próprio mundo vai dizendo para gente todos os dias: “Eu estou mudando”. Um deles é o formato do jornal. Antigamente os jornais vinham com notícias escritas e, quando a notícia não terminava, na coluna era colocado assim: “continua na página 15”. Agora, não tem mais a grande coluna, a grande redação do jornal. Não. Hoje, nós vivemos a era da imagem: lê-se pouco, mas se vê muito; a imagem fala muito mais.

O jornal Zero Hora de hoje traz duas fotos que, se eu colocasse um cronista a escrever sobre essas fotos (Mostra o jornal.), eles poderiam escrever quinze, vinte, cinqüenta páginas, as quais não preencheriam aquilo que as fotografias dizem, bradam, berram, espalham, dão idéia; a foto, a imagem predomina sobre tudo.

A primeira imagem é sobre a seca e diz o seguinte (Lê.): “Baixo nível das águas do Guaíba põe à mostra uma paisagem vergonhosa...”. Eu brado por isso: o arroio Dilúvio e a beira do Guaíba, eu falo nesse assunto há mais de oito anos, porque isso é uma questão de saneamento, isso é uma questão de educação, isso é uma questão de saúde. Vemos o nosso rio com resíduos de lixo a perturbarem, a poluírem a nossa visão, a nossa água, o nosso sentimento pela agressão a essa riqueza monumental que é o Guaíba. De outro lado, vem a notícia de que, agora, vai ser contratada uma firma para tirar os dejetos da água, e eu acho que todos nós temos de aplaudir essa medida. Mas há uma coisa: por que não fizeram isso nesses últimos 16 anos e só agora?

A segunda grande foto que há no jornal e que fala mais do que tudo é a foto de uma casa belíssima, pintada, com banheiros separados para homens e mulheres, com sala, quarto, biombos e cabine. A sua legenda é: “Ponte, doce ponte.” - com e no fim, por favor! (Lê.) “Família sem teto montou uma casa completa embaixo do viaduto dos Navegantes, próximo à ponte de Guaíba, na Capital. O capricho da residência improvisada, que abriga três pessoas, contrasta com a realidade da vizinhança.”

Então, com a leitura deste jornal (Mostra o jornal.), nós vemos três coisas fundamentais: a tragédia das nossas águas, a tragédia da nossa moradia e a incompetência administrativa gerando e sendo uma das causas desse desencanto diário que é passar pelo Guaíba ou ver pessoas morando debaixo da ponte, mesmo de forma esteticamente aceitável.

Por isso e por tudo isso não aos 11%! (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Gerson Almeida está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Srª Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, demais servidores que acompanham a Sessão, eu queria tratar este tema - até por estar de volta à Câmara de Vereadores há cerca de uma semana e por ter tido a honra de ser Secretário do Meio Ambiente por mais de um período e, no último ano, Secretário de Governo Municipal, inclusive por poder avistar aqui vários servidores, com os quais já trabalhei naquelas Secretarias - que o Ver. Cláudio Sebenelo traz para nós, que é um dos problemas urbanos mais sérios e, de fato, é uma demonstração do quanto a vida urbana precisa articular uma série de fatores para que o pequeno espaço, onde milhares ou milhões de pessoas convivem, seja um espaço salubre e não um espaço insalubre. E aqui nós temos servidores, inclusive, nesta tarde de hoje, que vêm em função de um tema específico e importante, mas que, no seu cotidiano, trabalham exatamente em cada uma das suas áreas com uma boa gestão pública, com políticas para melhorar e qualificar o espaço público na Cidade de Porto Alegre, entre os quais o sistema integrado de resíduos sólidos. Vejam que nós, em Porto Alegre, apesar de todas as dificuldades, conseguimos construir, com o empenho importante dos servidores de várias áreas, um modelo brasileiro de gerenciamento de resíduos sólidos no País.

Essas fotos que o Ver. Sebenelo traz e que foram publicadas num dos jornais hoje são a expressão de que, a despeito deste trabalho e de que a maioria esmagadora da população de Porto Alegre é cuidadosa com os seus resíduos, não é à-toa que cada vez mais a coleta seletiva aumenta, enquanto em muitos outros lugares ela está estagnada ou não existe. Aqui nós temos coleta seletiva na Cidade toda, temos uma série de outras políticas - e aqui não daria tempo de entrar em detalhes sobre elas - que demonstram um outro fator, que é o fator de como a questão ambiental é fundamentalmente uma questão regional, uma questão de bacia hidrográfica, senão uma questão planetária. Os resíduos apresentados na foto pelo Ver. Sebenelo não são, com certeza, de alguém da população de Porto Alegre que foi lá, caminhou até a orla do Guaíba e jogou esse resíduo lá. Até porque faria isso em vários outros lugares antes de chegar ali, como no arroio Dilúvio, que é um lugar onde jogam muito lixo. Aquele resíduo é basicamente trazido pelas águas e, certamente, de outros lugares da Cidade de Porto Alegre, mas também de Gravataí, de Alvorada, do Vale dos Sinos, de todas as cidades em que os cinco rios que conformam o delta do Guaíba constituem. E isso já foi comprovado por vários mutirões, o recolhimento puro e simples dos resíduos na orla do Guaíba demonstra que às vezes ele atravessa várias e várias cidades.

Então vejam como aquela foto pode encerrar muitas coisas civilizatórias, necessárias para o bem viver urbano. Primeiro, a importância das águas, porque aquele lixo só está exposto porque nós estamos vendo a pior estiagem das últimas décadas, criando, inclusive, se a meteorologia estiver certa, uma situação em que nós precisaremos começar a discutir hoje sobre o abastecimento d’água, uma vez que é possível que haja ainda três meses de estiagem. E nós poderemos, em Porto Alegre, começar a ter de discutir a economia e o racionamento d’água, como já se está discutindo hoje em algumas cidades do Estado. Esse é um dos aspectos. O segundo aspecto é, exatamente, sobre como o homem urbano se alienou de coisas que ele próprio produz, dentre as quais, o lixo. Porque lixo não caminha, Vereador, sozinho. O lixo é produzido por alguém e levado a algum lugar por alguém. Por isso eu trago esse assunto, porque aquele lixo não envergonha uma Secretaria em particular, ou a Prefeitura, inclusive é matéria da Zero Hora - o Vereador não leu toda por falta de tempo -, envergonha a Cidade de Porto Alegre e todos aqueles que produzem e se relacionam com seu lixo como se não fosse uma responsabilidade e algo que precisa ser tratado como de interesse de todos, porque é algo de Saúde Pública, é fundamental.

Eu queria trazer esse assunto, que não vai se esgotar hoje, mas, com certeza, a estiagem longa que se abate sobre o Estado do Rio Grande do Sul nos faz refletir sobre como nós devemos tratar melhor os bens naturais como a água; lamentavelmente, nos últimos 30 anos, mananciais como o Guaíba foram duramente poluídos e acabaram se voltando contra as próprias populações que neles se banham. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Com muita satisfação, eu quero anunciar a presença de 35 alunos da 8ª série da Escola Municipal de Ensino Fundamental Vila Neópolis, de Gravataí, acompanhados da Professora Andréa Teixeira, dentro do Projeto de Educação Política que o Memorial da Câmara oferece às escolas públicas de Porto Alegre e da Região Metropolitana. Sejam bem-vindos a esta Casa.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, minhas senhoras, meus senhores e alunos que nos visitam no dia de hoje, realmente, não sei se eu devo cumprimentar a Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Finalmente foi completada a obra de acesso à Câmara Municipal; finalmente. Agora, não precisava passar tamanho atestado de incompetência como fizeram nessa obra que aí foi realizada. Na verdade, eles nem chegaram a concluir o primeiro semestre, graças a Deus! Porque essa obra começou no ano passado e é uma demonstração inequívoca da falta de responsabilidade do Município de Porto Alegre com a sua administração.

A Administração não respeita o povo de Porto Alegre. A Administração está interessada em tomar mais e mais dinheiro, até dos funcionários. (Palmas.) Como demonstrou no passado - em 1991 -, quando o Dr. Olívio retroagiu uma Lei e tomou 30% do poder aquisitivo dos municipários. Como fez o Prefeito Tarso Fernando que retroagiu uma liminar e tomou 7,8% e, quando caiu a Liminar, não pagou. Como também fez agora o Prefeito João Acir Verle, que não pagou a bimestralidade, tendo dinheiro para pagá-la. (Palmas.)

Mas essa incompetência e falta de responsabilidade foi o maior atestado com firma reconhecida no melhor dos cartórios. Uma obra que fez a Rua Clube Geral de Mães, e as nossas mães, as mães de muita gente foram ofendidas quando passaram por ali e os carros foram dificultados na sua passagem. De repente, nós chamamos a mãe de alguém de alguma coisa - e era ali. Meses para fazer aquela imponente obra! E, na terça-feira passada, quando eu chegava na Câmara, à tarde, eu disse: “O que é isso, meu Deus?” Estavam asfaltando terça-feira de tarde, mas sábado e domingo, não! O dinheiro tem que ficar nos CDBs, então não dá para fazer.

Assim fizeram na Av. Assis Brasil, quando levaram meses e meses numa obra que terminou em nada. O que melhorou na Av. Assis Brasil, alguém sabe dizer? Fizeram nada, mas dificultaram a vida dos porto-alegrenses que gastaram milhões de litros de gasolina desviando. E não fizeram nada! Não melhorou nada na Av. Assis Brasil!

E, hoje, eu ouço a discussão sobre a margem do rio Guaíba. Eles até querem que seja lago, devem ter imaginado que o PT fez o lago, mas é o rio Guaíba, que chega, de repente, a escoar 15 mil metros cúbicos por segundo e hoje deve estar escoando 600 metros cúbicos por segundo. Vergonha para a Cidade de Porto Alegre? Não. Vergonha pela falta de responsabilidade da Administração. Se eu fora o Prefeito, eu não queria saber se era o DEP, se era o DMLU ou quem fosse o responsável pela retirada do lixo que está ali depositado. Eu determinava na mesma hora: “Retirem o lixo! Não quero saber quem é o responsável! Eu sei que a Cidade merece o nosso respeito, paga os impostos. Retirem o lixo! Eu não quero saber quem tem de retirar!” Mando todos os responsáveis se reunirem e: “É agora que eu quero.” Mas na Prefeitura tudo é muito complicado.

Hoje eu recebi uma reclamação da Rua Luciana de Abreu. O DMAE tem uma parte dos seus serviços realizados naquela rua. Faz anos que eu reclamo, e eles me dizem: “Neste ano nós vamos mudar de local”. E continuam infernizando a vida das pessoas! Não há preocupação com o contribuinte, como não há com o servidor. O Prefeito está aí para preparar sempre uma nova eleição. Para quem, não sei, mas eles estão sempre preparando isso, sempre cuidando disso; agora, a Cidade, esta sim, é desrespeitada pela Administração, que recebe muito dinheiro.

Eu vou fazer uma análise do dinheiro que esta municipalidade recebe. Não tenho mais tempo, mas volto exclusivamente para mostrar quanto dinheiro há nesta Cidade e muito mal usado! Saúde e PAZ!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Wilton Araújo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Exma Srª Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores que hoje acompanham os trabalhos desta Casa nas galerias e pelo Canal 16, o que traz o PPS à tribuna nesta tarde, num primeiro momento, é fazer eco, trazer testemunho e pugnar por uma atitude mais consentânea e mais razoável da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Digo “mais consentânea” porque vi, dias atrás, para ser mais preciso no dia 08 do corrente mês, uma nota feita publicar pelo Presidente do Sindicato dos Vendedores de Jornais e Revistas do Estado do Rio Grande do Sul, Ernesto Pereira da Silva, que trata de uma atitude, no mínimo, arbitrária e ditatorial da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.

Os senhores que não acompanharam certamente vão estranhar também: duas bancas de revista da Cidade de Porto Alegre instaladas na Rua dos Andradas, uma no nº 1.568 e outra no nº 1.664. Estavam lá - pasmem os senhores - há pouco tempo: só 40 anos uma e 60 anos a outra! Quarenta anos uma e 60 anos a outra! Essas bancas durante mais de meio século não atrapalharam ninguém, como todas as bancas de jornal e de revista desta Cidade, tentaram propalar e propagar a cultura, a literatura, os bons hábitos de leitura da nossa população e, para isso, elas têm autorizadas as suas permanências em via pública, porque assim é o entendimento da Lei. Pois para essas duas bancas, de um dia para o outro, da manhã de um dia à tarde de outro dia, foi mudada toda a orientação que vinha sendo recebida há 60 anos, que era de tolerância, mas, mais do que isso, de reconhecimento pelo trabalho prestado por elas. E foram arrancadas - arrancadas - à força pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre!

Que motivo tem o Administrador Municipal de quebrar a tradição de 60 anos para, à força, ir, quase a manu militari, arrancar essas duas bancas? Para mostrar que é forte? Para mostrar que tem o poder em cima de simples pessoas que exercem serviço público? Temos dificuldade em acreditar que seja só essa a razão. Nota essa que diz (Lê.): “Para surpresa de todos, as bancas foram arrancadas do lugar às 2 horas da madrugada do dia 1º de abril.” Veja a coincidência: duas da madrugada do dia 1º de abril. E, mais do que isso, diz a nota (Lê.): “Diante da atitude arbitrária, prepotente da Administração Municipal, esta entidade sindical deseja consignar solidariedade aos colegas atingidos pela ditatorial posição assumida pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre.”

Nós, do PPS, nos solidarizamos com essa entidade, que representa firme e solidamente esses prestadores de serviço na Cidade de Porto Alegre, Ver. Luiz Braz. Solidarizamo-nos e queremos que esta Casa se manifeste nesse sentido, que esta Casa discuta, porque, se começar assim a ditadura desta Administração, que já se esboça em muitos outros casos, se começar a fazer disso o cotidiano da nossa Cidade, certamente vamos perder, e muito, na discussão da democracia e daquilo que a Lei permite, e neste caso foi contra a Lei. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, hoje de manhã tivemos uma reunião no Colégio São Francisco - uma escola que tem mais de dois mil alunos - juntamente com a Direção da escola, o corpo docente e a EPTC, para discutir a finalização da obra que coloca redutores em frente à escola. É importante salientar que aquela escola fica na Av. Baltazar de Oliveira Garcia, na divisa do Município de Porto Alegre com o Município de Alvorada, e circulam, em média, 30 mil veículos. Naquele trecho circulam, em média, por dia, sete mil pessoas, a grande parte dos veículos transitam por ali a 60 km/h, 70 km/h e alguns a mais 80 km/h, e a preocupação é que, daqui a pouco, pode ocorrer um óbito.

A EPTC, então, de forma sensível, implantou o sistema de redutores, e hoje nós fomos acertar a forma pedagógica de como vai ser a interação da ETPC junto à escola. Neste sábado, haverá uma reunião com mais de 150 professores da escola com a EPTC e, depois, num segundo momento, somente com os professores das séries iniciais de 1ª a 4ª, para fazer esse trabalho de prevenção de acidentes de trânsito. E, num primeiro momento, serão reunidos todos os alunos para explicar a questão dos índices de acidentes de trânsito, sensibilizá-los e, ao mesmo tempo, orientar as crianças para que possam sensibilizar os adultos, no caso, seus pais, irmãos, tios e a comunidade em geral. E está previsto, num segundo momento, uma saída dos alunos para conhecer os diversos sinais de trânsito. Então, na realidade, o que se busca é fazer naquele local, onde, nos últimos anos, tem ocorrido inúmeros acidentes - felizmente, nenhum óbito -, de maneira adequada, um trabalho de prevenção, procurando orientar as crianças desde o início, de forma que eles possam atuar diretamente no trânsito.

Também ficou estabelecido que os permissionários terão uma atuação também, porque não basta, simplesmente, abrir a porta de uma lotação, de um microônibus, colocar os estudantes para dentro e transportá-los; não é isso que se quer na realidade, mas, sim, que haja um compromisso desses permissionários junto ao alunado.

Então nós queremos aqui, de forma clara, sincera e objetiva, saudar essa iniciativa, que é uma interação da Empresa Porto-Alegrense de Transporte Coletivo em conjunto com o Colégio São Francisco e as demais escolas da região. Eu volto a dizer: naquela região circulam mais de 30 mil veículos por dia, seja no sentido Porto Alegre/Alvorada e vice-versa; tem de haver, então, uma conscientização maior por parte dos alunos. É em cima disso que nós queremos, cada vez mais, promover ações dessa natureza, porque entendemos que hoje o acidente de trânsito é a primeira causa mortis do nosso País, mata mais do que os infartos.

E, tristemente, hoje está estampado nos jornais que a terceira causa mortis do nosso País é relativo a homicídio. No ano passado, mais de 600 mil pessoas morreram em diversas situações de crime. Dado importante. Enquanto que, nos países desenvolvidos, o índice de homicídios é na base de 1,2, 1,5 para cada 100 mil habitantes, em Porto Alegre chega a 11 óbitos, 12 óbitos para cada 100 mil; no Rio de Janeiro, chega a 50 óbitos para cada 100 mil, mostrando que temos, sim, um alto índice de violência. Temos de discutir políticas públicas nesse sentido para minimizar, porque nós estamos vendo que, cada vez mais, a população fica refém dessas diversas situações. Muito obrigado, Srª Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras...

 

(Manifestações das galerias.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Ver. Reginaldo Pujol, o senhor tem o seu tempo garantido até que seja possível retomarmos os trabalhos.

Eu solicito aos funcionários e funcionárias para que contribuam com o bom andamento dos trabalhos desta Casa.

Por favor, Ver. Reginaldo Pujol, o seu tempo está garantido. Eu vou solicitar, mais uma vez, silêncio para que os Vereadores possam trabalhar, exercer o seu ofício aqui.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, tudo es verdade, tudo es mentira, tudo depende del color do cristal en que se mira. Venho à tribuna, hoje, com a maior tranqüilidade, vendo que pessoas que hoje me vaiam, por posições que, entendo eu, já estão consumadas, que reclamam que eu fui no 4º andar da Prefeitura; pessoas essas que, algum tempo atrás, vieram aqui, nesta Câmara de Vereadores, me vaiar quando eu era voz dissonante na avalancha que se montou para a constituição do Previmpa. Eu previa que isso iria acontecer. Nós discutíamos, aqui em Porto Alegre, em cima de realidades locais, víamos ser sepultada uma entidade tradicional que fazia previdência neste Município por dessintonias entre a classe dos municipários, e, nesse meio tempo, o assunto caminhava em Brasília, e os Legisladores, na sua imensa maioria, com votos, inclusive, do meu Partido, que é um Partido de Oposição, consagravam na Constituição alguns dispositivos que, certamente, comprometeriam as nossas decisões futuras.

Eu não traí ninguém em momento nenhum porque sempre fui muito claro nas minhas posições. Há gente que ontem queria uma coisa e que hoje quer outra; eu continuo querendo a mesma coisa. Há gente que ontem entendia que uma autarquia no Município era a solução de todos os males; eu previa o contrário. Hoje sou honrado com a minha fotografia, numa face em que sou apresentado como traidor. Não sei quem eu traí e não sei por que traí. Reconheço como legítimo o direito de qualquer um ter as suas opiniões. E sei que isto é uma Casa Política, uma Casa Legislativa, Ver. Pedro Américo Leal, onde naturalmente, o contencioso das posições é sempre checado. Mas, nesse debate preliminar que a nova discussão da Previdência Municipária tem gerado aqui em Porto Alegre, eu não disse em momento algum coisa diferente daquilo que estou dizendo no dia de hoje. Nós estamos literalmente engessados, está escrito na Constituição Brasileira que esses 11% dos malfadados é o mínimo que se pode exigir dos servidores públicos brasileiros em todos os níveis. Está escrito.

 

(Manifestações das galerias)

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Espero que essa vaia sonora que estou ouvindo seja dirigida menos a mim e muito mais àqueles que escreveram a Constituição, e muito mais àqueles que mandaram alguns constituídos com posições demonstradas de outra forma. Eu diria tranqüilamente para vocês - e olho algumas pessoas aqui no Plenário, as poucas que eu posso enxergar o rosto, porque a maioria virou o rosto e me deu as costas, e eu não reconheço ninguém pelas costas, quem conhece as pessoas pelas costas é traidor, e eu não sou, mas aqueles que ainda posso olhar no rosto - como vou efetivamente dizer, o seguinte: votar qualquer coisa nesta Casa, contrariando a Constituição, é repetir o erro estratégico que realizamos, há dois anos, quando concordamos em votar a constituição do Previmpa, condicionados ao plebiscito que foi ignorado nas ruas. Essa é a verdade! Certamente, muitos ouvidos não querem ouvir o que estou dizendo.

 

(Manifestações das galerias.)

 

 O SR. REGINALDO PUJOL: Eles queriam o Previmpa a qualquer custo! Venderam a alma ao diabo! Foram juntos com a categoria e agora que o mal está feito, que está consumada a liquidação do Montepio, agora que está consumado na letra escrita da Constituição brasileira tudo aquilo que prevemos, querem inverter o jogo, e nós é que somos os traidores!

Eu disse, há poucos dias aqui, que eu poderia, neste assunto, lavar as mãos e dizer: “Mateus, quem o pariu que o embale”. Não. Não farei isso! Não tenho compromisso com pessoas isoladas dentro da categoria dos municipários. Eu tenho compromisso com a classe municipária e com a minha consciência!

(Manifestações das galerias.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL: E àqueles que vieram me vaiar, há dois anos, e que hoje me vaiam de novo, eu dou respeito, só que vocês mudaram de posição, vocês queriam a qualquer custo o Previmpa. Está aí o Previmpa! Em dois anos de funcionamento, já está com déficit de 40 milhões de reais! E vocês querem que eu arrume uma solução, contrariando o que está escrito na Constituição, e que vocês esperam que mude, e que todo dia protelam essa decisão. Continuem esperando!

 

(Manifestações das galerias.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Podem todos ficar tranqüilos! Não será uma vaia a mais ou a menos - já recebi inúmeras na minha vida - que vai me tirar do bom-senso. Eu vou batalhar, sim, senhor! Quero, dentro das limitações...

 

(Manifestações das galerias.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Por favor, solicito silêncio às galerias; do contrário, terei de suspender os trabalhos. Por favor!

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Quero, dentro das limitações e daquilo que a legislação me permite, encontrar a melhor saída para os municipários. Eu, em verdade, sou contra os 11%, mas não fui eu que coloquei na Constituição que teria de ser esses 11%. Retirem da Constituição a obrigatoriedade dos 11% e contem comigo para outro tipo de solução, mas, enquanto não retirar, eu não vou ficar sonhando com o impossível. A realidade é essa.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

(Manifestações das galerias.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes) Eu quero avisar que não pode haver manifestações no plenário. Nós vamos suspender a Sessão até que haja condições de recomeçar. Vocês são bem-vindos aqui com boa educação, ajudando nos trabalhos e não dessa maneira. Será impossível a continuidade dos trabalhos. (Pausa.)

Não há mais Lideranças inscritas. Solicito a liberação do painel eletrônico para que os Vereadores e Vereadoras registrem suas presenças e possamos estabelecer o quórum mínimo para entramos na Ordem do Dia. (Pausa.)

Solicito o fechamento do painel eletrônico. (Pausa.) Garantimos as presenças dos Vereadores Cláudio Sebenelo e Elias Vidal. Estão presentes 10 Vereadores. Não há quórum.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 15h47min.)

 

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